Desde cedo estou acompanhando as transmissões da CNN ao vivo dos Estados Unidos sobre os dez anos dos atentados de 11 de setembro. O horror daquele dia ficou marcado na memória de todos nós. Quem não se lembra o que fazia naquele 11 de setembro de 2001?
Eu estava num local de muita calma, de muita paz. Numa cidadezinha do interior de Minas chamada Serro. Estava dentro de uma fazenda, sem sinal de celular, rádio, sem computador. Nenhuma conexão com o mundo fora dali. Cheguei à fazenda antes das 7 da manhã e só saí de lá perto do meio dia, ao terminar uma reportagem para a Globo Minas sobre as raízes culturais do nosso Estado.
Lembro com clareza que, ao retornar, ao centro da cidadezinha, as ruas estavam vazias demais. Claro, a cidade é pacata mas não tanto. Não havia ninguém nas ruas. As pessoas estavam concentradas nos bares, na frente da TV, como se fosse final de Copa do Mundo.
Estranhei muito e só soubemos o que havia acontecido quando chegamos ao hotel. O recepcionista também assistia TV e nos deu a notícia mais ou menos assim: "dois aviões caíram sobre os Estados Unidos. Tão dizendo aí que é terrorismo. O que é terrorismo?"
Prometi explicar depois, corri para o quarto, liguei a TV e ao compreender o que acontecia, minha reação foi certamente semelhante a de todos vocês. Fiquei arrepiada, chocada e tive aquela sensação de estar testemunhando um fato que mudou a história do mundo.
Não me lembro de ter explicado ao recepecionista o que é terrorismo, mas com certeza ele entendeu. O terrorismo marcou o calendário, arrasou com a vida de milhares de famílias, mudou as relações mundiais. O terror conseguiu se multiplicar - provocou mais medo, mais ódio, mais guerra, mais terror.
Oito anos depois dos atentados cheguei a Nova York para trabalhar como correspondente pela TV Record. E cobri uma tentativa de atentado na Times Square, quando um carro bomba foi deixado onde circulam milhões de americanos e turistas todos os dias, na área dos teatros da Broadway.
Comentários
Postar um comentário